Após assistir ao suntuoso desfile
cívico no 7 de setembro, com todo o entusiasmo demonstrado pela conservação da
floresta amazônica, fiquei a imaginar que se a elite pensante local se
interessa pelos problemas mais distantes, de igual forma se ateriam aos que já
temos em nossa cidade.
Ato incontinenti, passei a lembrar
da campanha pelo fim das sacolas plásticas, que ficou na moda enquanto passava
na TV e alguém faturava com a venda de sacolas não descartáveis. À época, se
dizia que as sacolas plásticas representavam perigo, porque animais terrestres
ou marinhos comiam as sacolas e morriam; que as sacolas nos aterros demoravam 4
séculos para se decompor e outros aforismos alarmantes. Enfim, a campanha pedia
o fim das sacolas, pela sobrevivência da humanidade.
GenilsonCastro/Arquivo pessoal |
Dia desses em visita à beira rio,
registrei a imagem acima e fiquei a pensar: nestes dias os cidadãos politicamente
engajados e corretos (aqueles que organizaram o patriótico desfile) pedirão o
fim das geladeiras, pois seus restos vão poluir o rio longá e exterminar toda a
vida em seu curso e mais aquele discurso apocalíptico de sempre e, para grande
surpresa, no outro fim de semana voltei ao mesmo local e lá estavam os mesmos
destroços do eletrodoméstico, intocáveis, poluindo a paisagem e sem vivalma que
se digne em recolhe-los. Por onde andam os arautos do apocalipse ecológico? Ainda
procurando sinais de fumaça e girafas na Amazônia?
E tenho dito!