domingo, 21 de fevereiro de 2021

A cidade e o globo da morte

Imagem: acessocultural.com.br

Vivemos na cidade uma espécie de grande globo da morte, daqueles vistos em circos, onde uma ou várias motos dão voltas no globo e uma pessoa se arrisca em pé no meio. Neste caso se trata de uma triste realidade que mandatários insistem em não ver, em um claro aviso que essa conjuntura não vai acabar.

Em nossa realidade, o globo simboliza a cidade, os motoqueiros são os próprios e o desafiante no meio do globo vendo o frenético trânsito ao seu redor é o cidadão que se arrisca pelas ruas, um tanto ensimesmado, assistido por outros “com cara veado que viu de caxinguelê”.

Diferentemente do circo temos apenas o fato de que não somos pagos para participar desta perigosa demonstração. Vivemos diariamente os mesmos perigos pelas ruas da cidade, seja no centro ou nos bairros mais distantes. O risco é o mesmo. A libertinagem no trânsito dá aos seus personagens o livre arbítrio de andar como bem quer, parar como e onde quiser, sem nada nem ninguém para impedir.

Vivemos presos a esse globo, cercados por enfurecidos motoqueiros em seus bólidos e a plateia neste caso são as autoridades, algumas estupefatas diante dos fatos, outras inertes e ainda terceiros sem poder de reação, ante o pouco efetivo e apoio às suas ações.

E tenho dito!