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Após o período em que os antigos festejavam as quadrilhas juninas e por extensão, a cultura popular, fiquei assuntano a situação por que passa a cultura nestas terras.
Em particular, me atenho ao bumba-meu-boi, de antiga tradição em nossa cidade. Se na distante infância era comum assistir a apresentações do boi de pano, aos poucos esta tradição foi sendo suplantada e hoje quase totalmente esquecida, sobrepujada por outras manifestações que lembram tudo, menos cultura na forma que se conhecia. A simplicidade nos trajes e apresentações foi superada pelo mercado que deu-lhe novas vestimentas, apapagaiadas, meio termo entre fantasias carnavalescas e outra coisa comercializável qualquer. Se no distante passado os componentes de grupos se dispunham a confeccionar suas vestimentas simples, porém, representativas, a onda no momento é cobrar do governo que forneça subsídios e culpá-lo quando não conseguem, desta forma desconfigurando a cultura como legítima representante do povo, de suas tradições, memórias, significados e valores cada vez mais distantes.
Pela internet, assisti às apresentações locais do final de semana, onde vi um bravo grupo de bumba-meu-boi que resiste na cidade. Simples, poucos componentes, nem chama a atenção da maioria dos populares, pois não é profusamente carnavalesco e portanto, considerado arcaico. Por outro lado, se vê que outra prática cultural, as quadrilhas, foram “atualizadas” ao gosto dos tais novos tempos e totalmente desfiguradas, convertidas em apresentações enlatadas, formações vãs e roupas espetaculosas, mais ao gosto padronizado que se vê nas mais diversas festividades país afora, cujas apresentações se resumem a dança aculturada e gritos que se adequam a outras situações. Em especial a nova onda de passar mensagens fofas antes/durante as apresentações é mais uma triste faceta desta atualização modernosa.
Triste fim da cultura. De representante do povo a vitrine comercial.
E tenho dito!