segunda-feira, 18 de julho de 2022

O ocaso da cultura popular

Imagem: www.guiaculturalsp.com.br

Após o período em que os antigos festejavam as quadrilhas juninas e por extensão, a cultura popular, fiquei assuntano a situação por que passa a cultura nestas terras.

Em particular, me atenho ao bumba-meu-boi, de antiga tradição em nossa cidade. Se na distante infância era comum assistir a apresentações do boi de pano, aos poucos esta tradição foi sendo suplantada e hoje quase totalmente esquecida, sobrepujada por outras manifestações que lembram tudo, menos cultura na forma que se conhecia. A simplicidade nos trajes e apresentações foi superada pelo mercado que deu-lhe novas vestimentas, apapagaiadas, meio termo entre fantasias carnavalescas e outra coisa comercializável qualquer. Se no distante passado os componentes de grupos se dispunham a confeccionar suas vestimentas simples, porém, representativas, a onda no momento é cobrar do governo que forneça subsídios e culpá-lo quando não conseguem, desta forma desconfigurando a cultura como legítima representante do povo, de suas tradições, memórias, significados e valores cada vez mais distantes.

Pela internet, assisti às apresentações locais do final de semana, onde vi um bravo grupo de bumba-meu-boi que resiste na cidade. Simples, poucos componentes, nem chama a atenção da maioria dos populares, pois não é profusamente carnavalesco e portanto, considerado arcaico. Por outro lado, se vê que outra prática cultural, as quadrilhas, foram “atualizadas” ao gosto dos tais novos tempos e totalmente desfiguradas, convertidas em apresentações enlatadas, formações vãs e roupas espetaculosas, mais ao gosto padronizado que se vê nas mais diversas festividades país afora, cujas apresentações se resumem a dança aculturada e gritos que se adequam a outras situações. Em especial a nova onda de passar mensagens fofas antes/durante as apresentações é mais uma triste faceta desta atualização modernosa.

Triste fim da cultura. De representante do povo a vitrine comercial.

E tenho dito!

sexta-feira, 8 de julho de 2022

Acordem, Pedrinhos!

Imagem: www.seuguara.com.br/

Assistimos a uma luta nem tanto tímida pelo poder, disfarçada de interesse no desenvolvimento social. Notada principalmente entre os que pretendem se perpetuar no poder, a qualquer custo, para o seu bem-estar, digo, da população, que desavergonhadamente troca suas convicções por um cabide empregatício temporário e vive a se reclamar da situação que não muda, sem entender o por quê. São fofos no discurso, porém coléricos na difamação de tudo que não lhes convém e nem a seus chefetes, projetos mal acabados de ditadores. Em nome de uma democracia que só atende a seus interesses, nem sempre republicanos, vale tudo para ludibriar os incautos e necessitados. E tome informação tendenciosa para se promover.

Cá nesta terra esquecida pelas virtudes, vemos a dispersão de historinhas que tentam passar a falsa imagem de que estamos no meio de um duelo entre o bem e o mal, o progresso e o atraso. Que a permanência dos atuais baluartes no poder representa a esperança aos combalidos. Há décadas esse é o discurso dessa turma e nada do eldorado prometido, nada de chuva de mirra e mel. As virgens no paraíso, então... ao menos para a população em geral e para quem trabalha. Uma turma afeita a boa vida às custas do erário tenta a todo custo manter o status quo, o próprio, da casta e dos bajuladores. Para a população ficam as migalhas e promessas. As mesmas de antes. Nada de novo no front.

Em tempo, vivemos uma espécie de ditadura do bem, onde somente os ungidos podem se manifestar e dizer suas verdades. Quem ousa enfrentar os escolhidos é tolhido em suas vontades e abertamente vigiado em seus espaços. Mas não custa lembrar: os cães ladram e a caravana passa.

E tenho dito!