terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Sobre Cultura e oportunismo

Imagem: https://www.sensacionalista.com.br/


O período de caça aos eleitores foi aberto em grande estilo por estas terras. Gregos e troianos em pleno embate já no primeiro mês do ano, quando componentes da casa do povo se mostraram arredios a seguir obedecendo como de costume, se abriu uma clareira no mar de ignorância e ao final de tudo, uma linda ciranda para celebrar as pazes, com oratórias dignas de Demóstenes.

O grande tema da cisão política, aparentemente, foi (?) a aprovação do orçamento do município, com festival de bons modos para todos os lados. Coisa nunca vista antes. Entre um cochicho e outro, uma ou outra especulação, se chegou a um meio termo – ou meia-sola – que poria um ponto final na questão, antes que o mundo civilizado resolvesse intervir.

Em um dos lances da pendenga, se resolveu redirecionar recursos que suspostamente alavancariam a abissal cultura local e passaram para a claudicante área da saúde. Tudo ok, fim da questão, forças ocultas voltaram ao repouso. Mas eis que a fina flor dos defensores da cultura e esportes resolvem se mostrar ao mundo, defendendo seus interess... digo, interesses do povo, faminto por cultura.

Os discursos fervorosos em redes sociais passaram a condenar o malfeito e malfeitores, que deixaram a ver navios os pródigos ícones culturais da cidade, que após um estalar de dedos passou a ser grande produtora de cultura, embora não se veja aqui ou ali mais que espetáculos piegas e outros sumidouros de verbas. Se chegou ao cúmulo de afirmar que tal ato perpetrado pela “oposição” levaria ao abismo o município, como se cultura subsidiada fosse mais importante que a saúde para os munícipes. Desde que tenho conhecimento, o que se tem de cultura são festivais de folguedos – decadentes -, que podem ser bancados pela iniciativa privada ou pelos próprios ícones culturais, desde que se deixe de lado os trajes espalhafatosos que se tem visto ultimamente. Menos farofa, mais carne.

E tenho dito!