segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

O céu de brigadeiro

Imagens; Arquivo

A sociedade... ah... a sociedade. Tão cônscia de si e no entanto, tão relapsa. Poderiam muito, mas acham cansativo e chato pensar por si, sem intermediários. Face a isto, a população se mantém perplexa, imprensa $ilenciada e providências ao deus-dará. Ah, nada como a paz para trazer a prosperidade.

Certa feita fui citado por um pelego como preocupado apenas com o trânsito local. Certo, aceito a pecha. Mas digo que também me preocupo com o silêncio cumplice e vergonhoso dos que deveriam fazer algo e preferem calar. Mas nunca dirão que sobrevivo parasitando o erário, pois não uso os parcos conhecimentos para faturar as tais trinta moedas de prata, qual judas modernoso.

Enquanto a perplexidade ante o ineditismo cresce como erva daninha nas calçadas, a indecisão de alguns mantém a sanha de outros. E assistindo a tudo fica a plebe, descontente mas ensimesmada, comendo o milho que lhe é arremessado. Tem a ala dos desgostosos, mas somente à boca pequena, nos cantos obscuros, pois à luz dos fatos são unidos como arroz de terceira. E assim descaminha a humanidade. Ou não!

E tenho dito!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

O Maior, o melhor, o mais bonito

Imagem: www.fatosdesconhecidos.com.br


Após décadas entregue ao ostracismo e outras maledicências, eis que Cocal City emerge das cinzas com um projeto megalômano em que tudo que se faz é o maior, o melhor e o mais bonito, não importa o que seja: um chiqueirinho, umas pedras tortas ou mesmo um portal tridimensional ao melhor estilo de Nárnia.

Não importa em que área a interferência aconteça, tem que ser o melhor de todos os tempos, algo para se refletir sobre o porque nunca haviam feito antes. Tudo isso cercado por embasbacados “amigos” de todas as tonalidades, sim, porque o leque de apoios lembra a rede de pesca conhecida como fome zero, que leva tudo! Os poucos que se recusam a participar do festival de excentricidades são cercados de medos, pois uzomi podem achar ruim. E assim uma horda de sem ideias rodeiam o poder como pirilampos procuram a luz, embora lhes seja fatal, para que momentaneamente satisfaçam suas ilusões efêmeras.

E ai dos que ousam discordar do sonho de Alice, seria o erro fatal, digno de título de persona non grata e inimigo numero 1 do desenvolvimento da terra das oportunidades. Para entender a situação uma ótima leitura seria A revolução dos bichos.

E tenho dito!

terça-feira, 22 de novembro de 2022

A doce ilusão do paraíso

Imagem: roda-fundeira.blogspot.com

No momento vem à baila a sensação de paraíso, onde tudo corre bem, sem maiores preocupações a não ser a doce previsão do debalde às custas do erário. Às favas o trabalho desonroso, viva a balbúrdia e o ócio remunerado!

A turba iludida com promessas de ganhos sem trabalho passam os dias a aguardar o início do período glorioso, entregues ao ócio e bajulação. Mal entendem que o tal almoço grátis não existe e que as vantagens temporárias apenas os cegam para outras realidades.

Deslumbrados com a possibilidade de receber dividendos com o esforço hercúleo de passar algum tempo na fila de estabelecimentos bancários, a turba abre mão da capacidade crítica e passa a fazer parte da massa que nada produz, apenas suga de outros, por absoluota incapacidade de conjecturar pensamentos. Ao largo de tudo isso, a turma que articula o espetáculo se mantém atenta a tudo, com um projeto de poder para alguns e as migalhas para a massa famélica de favores.

E assim caminha a humanidade, aos trancos e barrancos. Fecham os olhos apara aberrações que se avizinham, desde que haja pão e circo, futebol, cerveja e picanha.

O paraíso nunca esteve tão próximo. A parvalhice, também!

E tenho dito!

segunda-feira, 18 de julho de 2022

O ocaso da cultura popular

Imagem: www.guiaculturalsp.com.br

Após o período em que os antigos festejavam as quadrilhas juninas e por extensão, a cultura popular, fiquei assuntano a situação por que passa a cultura nestas terras.

Em particular, me atenho ao bumba-meu-boi, de antiga tradição em nossa cidade. Se na distante infância era comum assistir a apresentações do boi de pano, aos poucos esta tradição foi sendo suplantada e hoje quase totalmente esquecida, sobrepujada por outras manifestações que lembram tudo, menos cultura na forma que se conhecia. A simplicidade nos trajes e apresentações foi superada pelo mercado que deu-lhe novas vestimentas, apapagaiadas, meio termo entre fantasias carnavalescas e outra coisa comercializável qualquer. Se no distante passado os componentes de grupos se dispunham a confeccionar suas vestimentas simples, porém, representativas, a onda no momento é cobrar do governo que forneça subsídios e culpá-lo quando não conseguem, desta forma desconfigurando a cultura como legítima representante do povo, de suas tradições, memórias, significados e valores cada vez mais distantes.

Pela internet, assisti às apresentações locais do final de semana, onde vi um bravo grupo de bumba-meu-boi que resiste na cidade. Simples, poucos componentes, nem chama a atenção da maioria dos populares, pois não é profusamente carnavalesco e portanto, considerado arcaico. Por outro lado, se vê que outra prática cultural, as quadrilhas, foram “atualizadas” ao gosto dos tais novos tempos e totalmente desfiguradas, convertidas em apresentações enlatadas, formações vãs e roupas espetaculosas, mais ao gosto padronizado que se vê nas mais diversas festividades país afora, cujas apresentações se resumem a dança aculturada e gritos que se adequam a outras situações. Em especial a nova onda de passar mensagens fofas antes/durante as apresentações é mais uma triste faceta desta atualização modernosa.

Triste fim da cultura. De representante do povo a vitrine comercial.

E tenho dito!

sexta-feira, 8 de julho de 2022

Acordem, Pedrinhos!

Imagem: www.seuguara.com.br/

Assistimos a uma luta nem tanto tímida pelo poder, disfarçada de interesse no desenvolvimento social. Notada principalmente entre os que pretendem se perpetuar no poder, a qualquer custo, para o seu bem-estar, digo, da população, que desavergonhadamente troca suas convicções por um cabide empregatício temporário e vive a se reclamar da situação que não muda, sem entender o por quê. São fofos no discurso, porém coléricos na difamação de tudo que não lhes convém e nem a seus chefetes, projetos mal acabados de ditadores. Em nome de uma democracia que só atende a seus interesses, nem sempre republicanos, vale tudo para ludibriar os incautos e necessitados. E tome informação tendenciosa para se promover.

Cá nesta terra esquecida pelas virtudes, vemos a dispersão de historinhas que tentam passar a falsa imagem de que estamos no meio de um duelo entre o bem e o mal, o progresso e o atraso. Que a permanência dos atuais baluartes no poder representa a esperança aos combalidos. Há décadas esse é o discurso dessa turma e nada do eldorado prometido, nada de chuva de mirra e mel. As virgens no paraíso, então... ao menos para a população em geral e para quem trabalha. Uma turma afeita a boa vida às custas do erário tenta a todo custo manter o status quo, o próprio, da casta e dos bajuladores. Para a população ficam as migalhas e promessas. As mesmas de antes. Nada de novo no front.

Em tempo, vivemos uma espécie de ditadura do bem, onde somente os ungidos podem se manifestar e dizer suas verdades. Quem ousa enfrentar os escolhidos é tolhido em suas vontades e abertamente vigiado em seus espaços. Mas não custa lembrar: os cães ladram e a caravana passa.

E tenho dito!

quarta-feira, 20 de abril de 2022

Inúteis históricos. Ei-los na atualidade!

Imagem: https://escolaeducacao.com.br/


Algo no cotidiano me fez relembrar o passado, um deja vu, diriam. Creio que foram as cenas dantescas protagonizadas pelos aspones, os bem-nascidos da nova geração ao defender seu lugar ao sol. Sim, deve ser isso mesmo.

Uma olhada nos livros de História e lá na Grécia antiga encontramos uma classe cheia de privilégios, que nada fizeram para merecer, mas podem ser percebidos nos mais elevados níveis da sociedade. Na atualidade também temos os bem-nascidos, que de igual forma, nada fizeram para estar onde se encontram, mas apenas lá estão por um suposto “merecimento” que não abrange a todos os cidadãos.

É fácil reconhecer um bem-nascido em nosso meio. Estão sempre rodeando alguém que idolatram para receber proteção, assumem os melhores cargos, embora na maioria das vezes sem o mínimo de compromisso ou zelo, apenas estão lá por ser seu lugar, dizem. As únicas competências que possuem são o dna, no caso dos mais puros e outros que galgam posições apenas por entrosamentos subservientes ou simplesmente por reconhecimento pelo esforço para a manutenção do establishment, embora não passem de simples sacolejadores de bandeiras partidárias.

E assim se confirma a teoria da História cícilica, tão bem descrita por Eugene O’neill em sua frase “Não há presente ou futuro – apenas o passado, a acontecer de novo e de novo”.

E tenho dito!

sábado, 5 de fevereiro de 2022

Coleta seletiva

Imagem: https://www.larplasticos.com.br


Entre as modernidades implantadas na ilha da fantasia, agora temos a coleta seletiva de lixo. Sim! Após anos de especulações, promessas, cobranças e mudança de assunto, finalmente a coleta seletiva foi implantada nestas terras esquecidas.

É bem verdade que não se trata da separação em vasilhames separados para papel, vidro, plásticos, metal, orgânicos e não recicláveis. A seletividade se dá na escolha do que levar e de quem.

Dia desses, deixei o lixo no local para recolhimento, como de praxe, acomodado em sacola plástica e - suprema heresia - coloquei ao lado uma telha quebrada. Sim, uma telha quebrada, acreditando que seria recolhida juntamente com o restante, como já presenciei em outros locais. Mas, para surpresa minha, após o veículo passar recolhendo, percebi que não levaram uma telha quebrada. Ficaria menos indignado, pois dizem que se recolhe somente lixo doméstico, se não presenciasse esse mesmo tipo de material sendo recolhido em endereços diversos, de pessoas, digamos assim, favorecidas financeiramente. Para estes vale até se mudar o itinerário e atrapalhar o trânsito, porém em meu caso, tive que recolher “meu” lixo inconveniente. O futuro chegou. Somente as práticas ordinárias permaneceram.

E tenho dito!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Tudo não passa de barulho!

Imagem: https://twitter.com/aimeuouvidooo

Na ilha da fantasia, onde o transito é controlado nas festividades, depois, salve-se-quem-puder um problema é mais persistente que a “nova onda” da pandemia: o desenfreado tráfego de veículos de propagandas volantes.

Poucas coisas irritam mais que ser despertado aos domingos antes das sete da manhã por um barulho infernal de algum ofertando algo que não desejado. Pouco me importa se o sacolão da fulana ou o supermercado de sicrano vendem tudo a preço de banana. Domingo é dia de descanso, mas a fiscalização não fiscaliza. Além da concorrência desleal com outros comércios, pois a maioria dos anunciantes não utilizamos domingos como dia útil, desta forma quem o faz, utiliza má fé.

Temos legislação farta que abrange a situação, mas sem agentes aplicadores da lei, ela não passa de um amontado de letras, prosopopeia flácida para acalentar bovinos.

Nestas terras sem lei, basta possuir um veículo e uma caixa de som para se dizer locutor, comunicador e profissional de marketing e passar a incomodar a população. Não bastasse o barulho, os veículos em velocidade de tartaruga não trafegam pelos lados das ruas, precisam se deslocar sempre pelo meio da rua, para atrapalhar o já infernal transito local, como se precisasse disso para se atormentar os transeuntes. Mas não há quem perceba, não há agentes, não há regras, embora haja leis. Menos fantasias, mais ação.

E tenho dito!