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A sociedade... ah... a sociedade. Tão cônscia de si e no entanto, tão relapsa. Poderiam muito, mas acham cansativo e chato pensar por si, sem intermediários. Face a isto, a população se mantém perplexa, imprensa $ilenciada e providências ao deus-dará. Ah, nada como a paz para trazer a prosperidade.
Certa feita fui citado por um pelego como preocupado apenas com o trânsito local. Certo, aceito a pecha. Mas digo que também me preocupo com o silêncio cumplice e vergonhoso dos que deveriam fazer algo e preferem calar. Mas nunca dirão que sobrevivo parasitando o erário, pois não uso os parcos conhecimentos para faturar as tais trinta moedas de prata, qual judas modernoso.
Enquanto a perplexidade ante o ineditismo cresce como erva daninha nas calçadas, a indecisão de alguns mantém a sanha de outros. E assistindo a tudo fica a plebe, descontente mas ensimesmada, comendo o milho que lhe é arremessado. Tem a ala dos desgostosos, mas somente à boca pequena, nos cantos obscuros, pois à luz dos fatos são unidos como arroz de terceira. E assim descaminha a humanidade. Ou não!
E tenho dito!