terça-feira, 15 de dezembro de 2020

A indiferença do cidadão eleitor

Imagem: http://julirossi.blogspot.com/

 

Depois de passado o tumulto do período eleitoral me vem à mente o resultado das urnas e o impacto no cotidiano do cidadão local.

Excetuando-se aqueles diretamente ligados à política e os que vivem dela, de alguma forma, o restante da população reagiu como sempre: uma convulsão de alegrias pela mudança ou tristeza pela derrota sofrida, porém, na média, o cidadão que vive do próprio suor não se mostra muito afetado pela política, quem quer que sejam os eleitos.

Se para alguns a súbita mudança impacta nos contracheques, para a maioria da população esta foi apenas mais uma etapa da vida. Para estes, pouco importa se no governo vindouro a cidade será transformada ou se permanece atolada na mesmice, nas discussões de trânsito, nas buraqueiras ou falta de obras. Parcela significativa da sociedade permanecerá na letargia, aceitando a tudo sem questionar. No máximo, umas palavras de revolta nas redes sociais ou no rádio resolvem para estes incautos cidadãos, em alguns casos prevalece a nova máxima: se num prestar, nóis tira!

Indiferentes aos atos políticos, por desilusão ou desinteresse, esses cidadãos são literalmente abarcados pela frase de Platão: “não há nada de errado com aqueles que não gostam de política. Simplesmente serão governados por aqueles que gostam”. E os que gostam, o fazem por algo que foge ao interesse público, na maioria das vezes. Uma rápida olhada nos resultados da última eleição e se verá que, de novo, só temos nomes. O desinteresse pela política gera péssimos eleitores e a tática do imediatismo, de se aproveitar apenas de benesses no período eleitoral causa efeitos futuros incomensuráveis. A falta de acompanhamento dos atos políticos é fundamental para permanecermos no atraso cultural, estrutural e tantas outras áreas da vida em sociedade.

E tenho dito!


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