segunda-feira, 31 de maio de 2021

A cidade sem pedestres

Imagem: Arquivo pessoal.


A centenária cidade, originada de curral de gado e afeita à circulação por veredas e em filas indianas, ainda nos dias de hoje demonstra tais aptidões, sem que algo de produtivo e relevante seja feito na tentativa de reverter a situação, estética e urbanisticamente falando.

Um passeio pelas ruas e se vê que ainda agora as vias não foram pensadas para os pedestres, pois por falta de visão urbanística, as ruas são estreitas, assim como a maioria das calçadas. Aqui e ali uma calçada atulhada de mercadorias dos comércios, outras tomadas por motos cujos proprietários se assenhoram de qualquer espaço que desejem, outros locais a vegetação, lama ou pedras inviabilizam o seu uso por pedestres. Até mesmo a ponte reformada não encoraja a uma caminhada.

E não se trata de locais ermos, nas mais remotas localidades. Tudo acontece no centro da cidade e, por extensão, nos bairros esquecidos por 3 anos. A olhos vistos a cidade padece de maiores cuidados que o meio-fio pintado de branco.

E tenho dito!

segunda-feira, 17 de maio de 2021

E chegou ao fim a pandemia que assombrou o mundo...

Bom... ao menos aqui, na terra das oportunidades, que tem os braços abertos pra selfie oficial.

Semana passada um evento realizado no afluente do rio que serve de avenida, no centro da cidade chamou a atenção (!!) da população. Centenas de pessoas aglomeradas em torno de uma festa improvisada no meio da via, devidamente autorizada e solenemente ignorada por parte da fiscalização.

Imagem: Autoria desconhecida.

Após repercussão nas redes sociais (como sempre) e na TV, passou-se a cobrar responsabilidades e quem tinha, tratou de se esquivar. O fato é que este não foi o primeiro evento e nem o último. A diferença é que desta vez não foi às escondidas e sim no, como diz o - cof-cof - imparcial “no principal centro da cidade”, às escâncaras. Licença para funcionar? Teve. Fiscalização pelo fiel cumprimento das normas sanitárias? Ããã... sabe como é: fim de semana, cidade grande e equipe pequena...

E assim caminha a humanidade. Quando há crescimento nos casos de covid na cidade é praxe, usual e legal culpar o governo fascista que não compra vacinas, etc, etc e etc. Cumprir regras é servir aos interesses de ditadores.

E quanto ao resto da população que se resguarda de participação em tais eventos e outras aglomerações? Servem apenas para criar reservas de saúde para que foliões gastem em mais eventos a exemplo deste que “assombrou” a cidade? O que torna estes bon vivants inimputáveis? Quais restrições haverá ou que providências serão tomadas para que tal fato não se repita? Ou devemos simplesmente continuar a pedir orações pelos enfermos multiplicados pelas aglomerações?

E tenho dito!