segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Enfim, o fim!

Imagem: Arquivo do Blog.


Ano do centenário da cidade... nada de comemorações, inaugurações, enfim, nada de nada. Mas eis que no final do ano, já aos 45 do segundo tempo uma cena parece evocar o passado, como a nos lembrar do triste centenário: o famoso e onipresente meio fio pintado de branco!

Não há cena que mais caracterize a realidade do tristonho centenário que esta. Nem os incríveis urubus domesticados das ruas, nem a buraqueira da avenida ou a escuridão da noite. Eles, os meios-fios espetacularmente pintados de branco perpetuaram-se e viraram tradição nos períodos de festejos ou visitas de autoridades. A única alteração se deu pela falta de pintura nas árvores das praças, quando seus caules eram lindamente pintados, para gáudio da população inerte. 

Afora isso e a pandemia, o ano do centenário se foi, sem deixar boas lembranças. O teatro em ruinas, o David Caldas dado de presente, a quadra do centro abandonada, o patrimônio histórico dilapidado, enfim... um desastre. Que o próximo centenário seja prolífico em melhorias e digno de registro.

E o Fim, quem diria, não veio com uma pá, mas com um pincel de cal!

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

A indiferença do cidadão eleitor

Imagem: http://julirossi.blogspot.com/

 

Depois de passado o tumulto do período eleitoral me vem à mente o resultado das urnas e o impacto no cotidiano do cidadão local.

Excetuando-se aqueles diretamente ligados à política e os que vivem dela, de alguma forma, o restante da população reagiu como sempre: uma convulsão de alegrias pela mudança ou tristeza pela derrota sofrida, porém, na média, o cidadão que vive do próprio suor não se mostra muito afetado pela política, quem quer que sejam os eleitos.

Se para alguns a súbita mudança impacta nos contracheques, para a maioria da população esta foi apenas mais uma etapa da vida. Para estes, pouco importa se no governo vindouro a cidade será transformada ou se permanece atolada na mesmice, nas discussões de trânsito, nas buraqueiras ou falta de obras. Parcela significativa da sociedade permanecerá na letargia, aceitando a tudo sem questionar. No máximo, umas palavras de revolta nas redes sociais ou no rádio resolvem para estes incautos cidadãos, em alguns casos prevalece a nova máxima: se num prestar, nóis tira!

Indiferentes aos atos políticos, por desilusão ou desinteresse, esses cidadãos são literalmente abarcados pela frase de Platão: “não há nada de errado com aqueles que não gostam de política. Simplesmente serão governados por aqueles que gostam”. E os que gostam, o fazem por algo que foge ao interesse público, na maioria das vezes. Uma rápida olhada nos resultados da última eleição e se verá que, de novo, só temos nomes. O desinteresse pela política gera péssimos eleitores e a tática do imediatismo, de se aproveitar apenas de benesses no período eleitoral causa efeitos futuros incomensuráveis. A falta de acompanhamento dos atos políticos é fundamental para permanecermos no atraso cultural, estrutural e tantas outras áreas da vida em sociedade.

E tenho dito!