terça-feira, 12 de novembro de 2019

Procura-se


Após assistir ao suntuoso desfile cívico no 7 de setembro, com todo o entusiasmo demonstrado pela conservação da floresta amazônica, fiquei a imaginar que se a elite pensante local se interessa pelos problemas mais distantes, de igual forma se ateriam aos que já temos em nossa cidade.

Ato incontinenti, passei a lembrar da campanha pelo fim das sacolas plásticas, que ficou na moda enquanto passava na TV e alguém faturava com a venda de sacolas não descartáveis. À época, se dizia que as sacolas plásticas representavam perigo, porque animais terrestres ou marinhos comiam as sacolas e morriam; que as sacolas nos aterros demoravam 4 séculos para se decompor e outros aforismos alarmantes. Enfim, a campanha pedia o fim das sacolas, pela sobrevivência da humanidade.

GenilsonCastro/Arquivo pessoal

Dia desses em visita à beira rio, registrei a imagem acima e fiquei a pensar: nestes dias os cidadãos politicamente engajados e corretos (aqueles que organizaram o patriótico desfile) pedirão o fim das geladeiras, pois seus restos vão poluir o rio longá e exterminar toda a vida em seu curso e mais aquele discurso apocalíptico de sempre e, para grande surpresa, no outro fim de semana voltei ao mesmo local e lá estavam os mesmos destroços do eletrodoméstico, intocáveis, poluindo a paisagem e sem vivalma que se digne em recolhe-los. Por onde andam os arautos do apocalipse ecológico? Ainda procurando sinais de fumaça e girafas na Amazônia?

E tenho dito!

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