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O período de caça aos eleitores foi
aberto em grande estilo por estas terras. Gregos e troianos em pleno embate já
no primeiro mês do ano, quando componentes da casa do povo se mostraram
arredios a seguir obedecendo como de costume, se abriu uma clareira no mar de ignorância
e ao final de tudo, uma linda ciranda para celebrar as pazes, com oratórias dignas de Demóstenes.
O grande tema da cisão política,
aparentemente, foi (?) a aprovação do orçamento do município, com festival de
bons modos para todos os lados. Coisa nunca vista antes. Entre um cochicho e
outro, uma ou outra especulação, se chegou a um meio termo – ou meia-sola – que
poria um ponto final na questão, antes que o mundo civilizado resolvesse
intervir.
Em um dos lances da pendenga, se
resolveu redirecionar recursos que suspostamente alavancariam a abissal cultura
local e passaram para a claudicante área da saúde. Tudo ok, fim da questão,
forças ocultas voltaram ao repouso. Mas eis que a fina flor dos defensores da
cultura e esportes resolvem se mostrar ao mundo, defendendo seus interess...
digo, interesses do povo, faminto por cultura.
Os discursos fervorosos em redes
sociais passaram a condenar o malfeito e malfeitores, que deixaram a ver navios
os pródigos ícones culturais da cidade, que após um estalar de dedos passou a
ser grande produtora de cultura, embora não se veja aqui ou ali mais que espetáculos
piegas e outros sumidouros de verbas. Se chegou ao cúmulo de afirmar que tal
ato perpetrado pela “oposição” levaria ao abismo o município, como se cultura
subsidiada fosse mais importante que a saúde para os munícipes. Desde que tenho
conhecimento, o que se tem de cultura são festivais de folguedos – decadentes -,
que podem ser bancados pela iniciativa privada ou pelos próprios ícones
culturais, desde que se deixe de lado os trajes espalhafatosos que se tem visto
ultimamente. Menos farofa, mais carne.
E tenho dito!
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