domingo, 2 de novembro de 2025

Ad aeternum ele, o trânsito caótico

 

Imagem disponível em https://www.espacovital.com.br/

Em Cocal City, o trânsito é uma mistura de circo e campo de guerra – com palhaços e soldados trocando de papel sem aviso prévio. As ruas, que deveriam ser vias de circulação, viraram território livre para manobras de toda espécie: motos subindo calçadas, carros parando no meio da rua “só um minutinho”, semáforos ignorados com a mesma naturalidade de quem ignora a previsão do tempo. A regra é simples: quem tem o veículo mais potente, passa primeiro. Salve-se quem puder.

Enquanto isso, as autoridades observam tudo com a serenidade de um iogue em contemplação, mais silenciosos que o carro do lixo. Os agentes, sob diretrizes, quando aparecem, parecem figurantes de novela - estão ali apenas para compor o cenário. As leis de trânsito em Cocal City, são como as placas de “proibido estacionar”: decorativas, simbólicas, quase folclóricas, salvas pela oportunidade ímpar de organizar o trânsito nos festejos. A fiscalização é tão rara que já virou lenda urbana: dizem que certa vez um motorista foi multado, mas ninguém sabe ao certo se foi verdade.

E os diligentes escolhidos, sempre atentos à aritmética eleitoral, preferem o caos à coragem. Proibir, punir ou educar dá trabalho e pior, tira voto. Em Cocal City paece qu o voto do infrator vale mais do que a vida dos cidadãos. Assim, o desrespeito vai sendo tratado como manifestação cultural, igual aos urubus domesticados pelas ruas, e a barbárie cotidiana ganha status de normalidade – um retrato perfeito de uma cidade que desaprendeu o que é civilização.

E tenho dito!

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